Agora vamos falar sobre como se comportar na casa do cliente.

➡ Quando você chega na casa do cliente, muitas vezes a gente lida com casas que estão extremamente bagunçadas. A gente tem que aprender a fazer cara de paisagem para a bagunça das pessoas, porque uma das premissas do nosso trabalho é o não julgamento. A gente está ali para ajudar e não para julgar.

A  gente não pode chegar na casa de uma pessoa e fazer cara de espanto por causa da bagunça. Pelo contrário, a gente precisa fazer uma cara compreensiva, uma cara de “eu te entendo, te acolho e estou aqui para te ajudar”. E sim, isso é difícil! Treine no espelho, veja aqueles programas de acumuladores bem extremos. Não é exatamente o que você vai pegar, mas veja aquilo ali e comece a se acostumar com aquelas cenas e olhe para aquilo como um objeto de trabalho, uma oportunidade de trabalho. Você não está ali para julgar aquela pessoa. Você está ali para ajudar. 

Talvez, assim como eu, quando as pessoas entenderem qual o seu trabalho você vai começar a ouvir muito de amigos e conhecidos algo como: “Nossa! Acho que eu nunca vou te chamar na minha casa. Se você for lá em casa você vai ver a bagunça que é.” Então eu falo: “Ué! Mas você não vai me chamar para trabalhar. Você vai me chamar para tomar um café, não é? Se você vai me chamar para tomar um café eu não estou nem aí. Mas se for para trabalhar são outros 500. Eu vou para avaliar a sua casa e ver como eu posso te ajudar”. Aí a pessoa começa a entender que eu não estou olhando para a bagunça dela. E a todo momento a gente precisa frisar isso para as pessoas, que a gente não está ali olhando para a bagunça delas, mas olhando para as possíveis soluções. Enquanto ela vê bagunça, a gente vê soluções. Enquanto ela vê o caos, a gente vê a paz que podemos trazer com aquele ambiente já transformado. Então, como eu consigo ver além, aquilo não incomoda.

E se te incomoda chegar em algum lugar e ver aquilo, você precisa se acostumar. Você precisa se acostumar a chegar nesses lugares e fazer cara de paisagem. Porque inclusive, as pessoas vão ficar falando “não repara na bagunça”, “desculpa”, vão tentar dar um jeitinho enquanto você está entrando. E você tem que mostrar para ela que você é a última pessoa que vai julgá-la, porque no fundo é só isso que ela precisa. Ela não precisa de mais uma pessoa julgando. Ela precisa de ajuda.

➡ Outro paradigma que você precisa se acostumar é que você vai começar a frequentar locais que talvez não façam parte do seu mundo. Comigo foi assim. É muito comum que a maioria das pessoas que contratam projetos de organização, principalmente os maiores, tenham casas imensas, casas que eu nunca tinha visto nem em sonho. Às vezes, vai abrir a porta e você vai dar de cara com um artista e você nem sabia pelo telefone. Às vezes você vai dar de cara com um verdadeiro palácio e você vai entrando e vendo coisas tão incríveis que você nunca viu nem nos maiores programas de decoração. Nesses casos, não dá para ficar fazendo cara de admirada. Ninguém quer contratar um prestador de serviço que entra na sua casa e fica fazendo cara de bocó. Tudo bem você ficar admirada, gostar e achar bonito, mas não é pra ficar deslumbrada com tudo.

Lembra que eu falei que pode até não ter projeto todo dia, mas tem trabalho todo dia? A gente precisa frequentar lugares que tenham isso. A gente precisa ir em lojas de planejados que tem essas coisas, lojas de decoração, lojas de artigos de cama, mesa e banho daquelas que vendem roupa de cama de 1000 fios, que antes de ser personal organizer, eu nem sabia que existiam. Até hoje não uso na minha casa, mas diversos clientes têm e a gente precisa saber como lidar. 

Eu já cheguei em loja desse tipo e pedi para a vendedora me explicar, porque a gente precisa entender dessas coisas. Quanto mais a gente entende, quanto mais a gente se familiariza com essas coisas, menos a gente fica assustado com isso. Pode até não fazer parte do nosso mundo, mas a gente não precisa ficar assustado. Tem que fazer parte do seu trabalho. Pode não ter na sua casa e está tudo bem. Mas faz parte do seu trabalho.

A partir de agora, quando você passar por aquelas lojas que você se admirava por ser caríssimas, você vai entrar e visitar essas lojas. E não importa se você não vai comprar nada, você precisa conhecer. E você pode conversar com os vendedores. São pessoas como você. Inclusive, de repente, eles trabalham em uma loja como essa e também podem até não ter um jogo de lençol de mil fios, mas eles entendem tudo sobre o jogo de lençóis porque eles vão vender para quem consome esse produto. Fale que você trabalha com pessoas que consomem esse tipo de produto e com certeza eles vão adorar te ajudar, porque sabem que através de você eles podem inclusive vender mais lençóis de mil fios. Então não tenha vergonha de entrar em uma loja como essa e conversar com um vendedor, pedir uma explicação sobre uma toalha de banho, sobre um jogo de lençol.

É interessante entrar em uma loja de planejados e entender o que é tendência, o que está na moda. Eu me lembro que, há muitos anos atrás, eu entrei em uma loja de planejados e vi uma cozinha planejada e fiquei me perguntando onde ficava a geladeira. E aí o vendedor foi me explicar que a tendência naquele momento era a geladeira escondida. Parecia um armário de madeira e quando você apertava a portinha abria a porta da geladeira. Se eu chego na casa de um cliente para organizar uma cozinha e tem uma porta como essa, eu ia ficar perdida na cozinha procurando a geladeira. Eu imaginaria tudo menos que a porta da geladeira seria uma porta de madeira embutida em uma porta como se fosse a marcenaria da despensa.

A gente tem que entender dessas coisas para não ficar perdida na casa do cliente. E como a gente entende? Visitando esses lugares, conhecendo essas coisas.

E outra, cheguei na casa de um cliente e peguei alguma coisa estranha que não sei o que é, geralmente eu dou uma procurada no Google, penso com o que parece, procuro um nome no objeto e descubro o que é. Mas quando não dá mesmo pra saber o que é, simplesmente pergunte. Não é vergonha nenhuma. Assim você vai saber onde colocar e não vai ficar imaginando coisas. 

➡ Tudo na casa do cliente deve ser tratado como se fosse de ouro. Não importa se você acha que é plástico ou cristal. Tudo deve ser tratado como se fosse algo muito caro, não importa o valor. Você vai tratar melhor do que você trataria suas coisas, tratar de forma delicada. Porque às vezes a gente vê uma cadeira que parece de plástico, feia, mas na verdade é caríssima, assinada por um designer famoso. Eu mesma não sei reconhecer muito bem essas coisas. Tem que estar muito atualizada para identificar isso. Então, trate tudo bem que você não vai ter problema. Cuide de tudo com carinho, seja algo de 10 reais ou de 10 mil reais e aí você vai se dar bem. 

Você também vai lidar com muitas peças que às vezes são totalmente fora da sua realidade. Às vezes a gente pega uns armários recheados de bolsas, que custam cada uma mais de 50 mil reais. Não cabe a nós ficar avaliando isso, julgando isso. Não cabe a nós nenhum tipo de julgamento a não ser como essa bolsa vai ser organizada. Se é por cor, se ela é de couro, se merece um tratamento especial, se precisa de capa, se precisa ser exposta ou não, se a pessoa é mais visual e gosta de tudo exposto, pendurada ou na prateleira… só! Esse é o único julgamento que a gente deve fazer. Eu vejo algumas profissionais que ficam muito encantadas e outras ficam muito “mordidas“ ao ver que parte de um armário de uma pessoa vale mais do que um apartamento. Mas isso não importa para a PO. 

Eu vou te passar um pensamento a partir de agora que você pode levar para a sua vida. Quando eu comecei a entrar nessas casas que tinham muitas coisas que eu nunca fui acostumada a ver, quando eu comecei a entender esse mundo do luxo, comecei a pesquisar quanto custavam aquelas coisas para eu entender que precisava ter muito cuidado com aquilo tudo. A pessoa estava colocando em minhas mãos para cuidar de coisas que, na maioria dos casos, ela mesma teve que trabalhar muito para conseguir. Na maioria dos casos, as pessoas que nos contratam não é porque têm dinheiro fácil. São pessoas que trabalham muito, graças a Deus são muito afortunadas e têm a possibilidade de nos contratar e que, se Deus quiser, serão sempre afortunadas para nos contratar ainda mais. É isso que eu penso.  

E aí eu comecei a entender isso e passei a ficar feliz por ela colocar em minhas mãos a responsabilidade de cuidar dos itens dela. 

Quando eu comecei a entender quanto custava aquilo tudo, comecei a ver que havia muito dinheiro dentro de um armário. Entendi que a pessoa investe muito em moda, ela gosta muito daquilo ali. Aí eu passei a ter um pensamento toda vez que via que aquela era uma família muito afortunada, muito próspera, e eu vou passar esse pensamento a você para que a gente continue passando para frente. Quando eu via que era uma família assim eu dizia: “Senhor, que essa família continue cada vez mais próspera para que eles possam ter uma vida cada vez melhor fruto dessa organização, para que eu possa ser cada vez mais chamada aqui, para que eles possam ter cada vez mais organização na vida e eu tenha cada vez mais trabalho”. Todo mundo ganha com isso! Então, sempre que você entrar numa casa como essa, deseje de coração que essas pessoas sejam cada vez mais prósperas, porque com a prosperidade delas, você, com certeza, ganha cada vez mais. Eles vão querer te chamar outras vezes para fazer outros cômodos, vão te indicar para outros amigos tão prósperos quanto eles. 

Se gentileza gera gentileza, prosperidade também gera prosperidade. Acredite nisso! Quando a gente deseja prosperidade para as pessoas, isso só gera mais prosperidade e abundância.

Estou te falando isso porque a gente precisa entrar na casa das pessoas com uma excelente energia. Muitas vezes, quando a gente se depara com uma família que está em um nível de prosperidade um pouco diferente do nosso, que tem itens de muito luxo que a gente não está acostumado, vem à nossa mente pensamentos que são comumente apresentados a nós desde crianças, tipo: 1) que todo rico é mal e 2) que quem tem muitos itens caros é fútil. Eu acredito que nenhum dos dois pensamentos é totalmente verdade. Eu acredito que, na verdade, o dinheiro em si, só faz potencializar o que tem dentro das pessoas. E sim, existe um monte de gente rica, cheia de bolsas e sapatos que é horrorosa. Mas também existe um monte de gente pobre que é horrorosa. Também existe um monte de gente rica que é maravilhosa, que pega aquele dinheiro que tem e faz coisas maravilhosas, faz cada vez mais coisas incríveis e tem aquele monte de bolsas e sapatos porque ela quer. Não cabe a nós julgarmos isso.

É muito importante a gente botar isso na cabeça. Você está entrando na casa das pessoas para usar as suas mãozinhas para fazer a sua arte mexendo em cada peça, em cada item dessas pessoas. A sua energia tem que estar muito alinhada. Você tem que estar muito bem. Os seus pensamentos precisam estar muito bem. 

Entenda que você não está indo lá só para organizar, você está deixando um pouquinho de você em cada pedacinho que você organizou. O que você quer deixar ali na casa do cliente? Uma marca de negatividade, de inveja ou um olhar para aquela família como se eles não merecessem aquilo? Ou um olhar de uma pessoa que vai ali e só faz engrandecer o que eles têm, o olhar de uma prestadora de serviços que realmente serve aquela família, que entende o que é o serviço àquela família, que entende que eles estão onde estão porque merecem? Você vai ali, presta o seu serviço, deixa um pedacinho de si e vai embora seguir sua vida. Sem julgamento, fazendo a sua arte, deixando a sua marca no mundo e deixando mais uma família feliz. Independente de se eles moram em uma casa de luxo ou se moram em uma casa simples. Você vai fazer o seu trabalho da mesma forma.

Esse alinhamento energético é muito importante antes de você entrar na casa de um cliente!

➡ Quando a gente chega na casa do cliente, tem algumas coisas que a gente já pode fazer para se sentir mais confortável lá dentro e para que ele também se sinta confortável com a nossa presença. 

Primeiro de tudo, quando a gente chega, arruma um cantinho para deixar as nossas coisas. Geralmente, a gente chega com muita tralha (bolsa de PO, mesa, banquinho, marmita…) e você não vai ficar carregando isso pela casa. Isso também diz respeito à nossa ética e profissionalismo. Você chega, coloca tudo em um canto para o cliente ver que você não fica carregando isso pela casa dele e para não dar a entender que você está carregando uma bolsa pela casa dele, entendeu? Isso para nem passar pela cabeça dele que possa estar com uma bolsa perto das coisas dele e de repente pegar algo dele. Normalmente isso não acontece, mas não custa a gente evitar.

Então, pergunte por um cantinho onde você possa deixar suas coisas e pegue somente o que realmente vai precisar. Geralmente, eu gosto de usar a cartucheira, boto minhas coisas nela. Se for um cômodo em que vou precisar do meu banquinho ou da minha mesa, já levo essas coisas e, no máximo, a garrafinha de água que eu carrego comigo.

Nesse mesmo momento em que chego na casa do cliente, já pergunto se tem algum lugar em que eu possa encher a garrafinha de água sem ter que incomodar ninguém. Já pergunto também sobre qual banheiro posso usar. Já pergunto tudo isso logo na entrada para não ter que incomodar ninguém depois.

➡ A gente não fica pedindo coisas na casa do cliente e se ele oferecer, por exemplo, um café, você tem que perceber pela atitude dele o que dizer, porque tem aquelas pessoas que só oferecem por educação. 

Teve uma vez que eu e mais uma pessoa da minha equipe estávamos organizando umas fotos. Estava perto da hora do almoço e eu vi que a família estava lá na sala almoçando. Eles almoçando e a gente bem quietinha organizando as fotos. A família almoçou, comeu a sobremesa e ficou na sala vendo um filme. A pessoa chegou na porta do escritório com um pote de sorvete na mão e disse: “Ah! Tem sorvete. Vocês não querem sorvete não, né?” Aí eu respondi: “Não. Obrigada.” A pessoa já pergunta para você não querer. Mas também já tive cliente que falou com o maior carinho: “Olha! Eu fiz um almocinho hoje. Você almoça comigo, não almoça?” Eu tinha até levado uma comidinha e disse isso para ela, agradecendo. Ela virou para mim e disse: “Ah não! Eu almoço sozinha a semana inteira. Agora no final de semana que você está aqui e eu fiz almoço, você vai comer comigo!” Eu vou dizer o quê? Eu sentei e almocei com ela.  “Ah! Não pode almoçar com cliente.” Pode sim! Não tem uma regra. Tudo depende muito do convite.

Já tive um cliente, um senhor, que eu estava fazendo um serviço para ele que envolvia treinamento das empregadas e levava um tempão. Então, eu ia lá frequentemente e toda vez ele marcava para eu chegar ao meio dia, almoçar com ele, conversar e tomar um café. Ele gostava daquela cerimônia. Ele fazia de tudo para eu e uma outra pessoa que ia comigo chegarmos lá, almoçar com ele, tomar café e ele gostava de conversar durante o almoço. Então, tem gente que gosta disso. Cabe a nós ter esse tato de entender o que aceitar.

A pessoa passa um cafezinho e diz: “Você aceita um cafezinho? Eu acabei de fazer.” Você vê que ela está oferecendo a você de bom grado. A gente já chegou em casa de cliente que montou uma mesa inteira com bolo e café. E isso é o que mais acontece, tá? As pessoas são muito queridas com a gente. 

Mas, agora, você estar na casa da pessoa, chegar na cozinha, virar para a dona da casa ou mesmo para a empregada e falar “então, querida. Você me arruma um café, por favor?”. É muita folga! Não pode! Entendido?

➡ Não esqueça que, na maioria dos lugares que a gente vai, geralmente, tem câmeras e/ou microfones. Isso pode ser bom ou ruim. Ruim se você fizer uma besteira, mas acredito que você não vai fazer. Por um lado, eu sempre acho maravilhoso quando tem câmera e/ou microfone. Normalmente, quando eu chego no ambiente, a primeira coisa que eu vejo é se tem câmera. Eu adoro quando tem! Porque é muito comum que a gente passe boa parte do tempo sem o cliente e qualquer coisa que acontecer, não tem discussão, é só pedir pra ele puxar o vídeo da câmera.

Desde 2011 como Personal Organizer eu nunca tive um caso de alguém dizer que sumiu alguma coisa. Tem aqueles casos em que a gente organiza a casa inteira, mostra tudo para a pessoa, apresenta a “nova casa dela” para ela, entrega relatório, faz manual, faz vídeo, manda tudo pelo Whatsapp e tal. Aí, às vezes é tudo o jeito com que a pessoa fala. Ela liga no outro dia e diz: “Priscila, pelo amor de Deus, meu óculos sumiu!” Aí eu respondo: “Sumir não sumiu, né? É você que não está encontrando. Que óculos? Óculos de grau? Calma aí que eu vou olhar nas fotos.” Aí eu vou lá (a gente tirou foto de tudo, né?) e vejo. “É um óculos vermelhinho?” “Isso! Um óculos vermelhinho que estava em cima da minha cabeceira!"  “Então, amor. Continua na cabeceira, só que na gavetinha.” Aí ela diz: “Ah tá… foi onde eu não procurei.” Normalmente são as coisas que a pessoa não lembra onde está ou que alguém tirou do lugar. Mas sumir, nunca!

Nunca fui acusada de nada. Nem todas as casas têm câmera, mas quando tem, é maravilhoso. Eu nunca tive que usar esse recurso da câmera, mas se tivesse, seria muito bom ter esse recurso. Então, sempre olhe se tem e, se tiver, se sinta segura. Mas lembrando de ter cuidado com o que fala. De repente você atende uma ligação e fala uma besteira, por exemplo. Cuidado!

➡ Você está na casa do cliente trabalhando. Fale baixo. Seja invisível. Ser invisível é ser invisível. Você está trabalhando na casa das pessoas, então não tem que ficar conversando com empregada da casa, não tem que ficar mexendo em outras coisas que não lhe dizem respeito, não tem que ficar zanzando pela casa onde não foi chamada, não tem que ficar perguntando monte de coisa que não lhe diz respeito. Você tem que ir ali, fazer o seu trabalho e ir embora. Simples assim! Ser invisível é atrapalhar apenas minimamente a rotina da casa.

Falar baixo, não ficar de fofoca com empregado, não trocar telefone com empregado da casa, não entrar na conversa deles.

Confidencialidade! Tudo que acontece na casa daquele cliente fica lá dentro. Deixe isso claro para o seu cliente e se quiser coloque isso até como cláusula no seu contrato. Pessoas podem te perguntar, mas você não tem que falar nada lá fora.

➡ Chegou na casa do cliente, guardou o celular no silencioso. E muito cuidado se você quiser fazer um videozinho e explicar alguma coisa para não cair na tentação de ficar muito tempo fazendo vídeo e perder tempo do seu trabalho. Pegue aquele seu tempinho de almoço e vai fazer o seu vídeo, almoça e volta. Para também não parecer que você está enrolando. Se não, fica parecendo que você está só no celular o tempo todo.

Só deixa o celular perto de você se estiver com uma emergência, como um filho doente dentro de casa ou algo do tipo. Aí sim você pode deixar perto de você no vibracall e, se ligarem, você sente o vibrar e atende. Fora isso não tem por que. Você está trabalhando! Ninguém tem que ficar te ligando o tempo inteiro. Se precisar, pega o telefone, usa e volta. Não é para ficar no celular, não é para ficar ouvindo música, nem cantando, nem assobiando. É para ser invisível.

➡ Quero aproveitar para falar sobre limpeza. Todo mundo pergunta sobre isso. Personal Organizer não faz limpeza. Faxineira, limpa. Organizer, organiza.

Normalmente, a gente leva aqueles paninhos tipo “Perfex”. A única coisa que você pode fazer é ter esse paninho levemente úmido para quando tirar as roupas do armário, por exemplo, você dê uma passada para tirar a poeira. Porque por mais limpinho que seja, todo armário tem poeira. E isso a gente pode tirar. Não é sujeira. A gente tira a poeira, espera secar e coloca as coisas de volta. “Ah, Priscila! Mas eu passo vinagre ou outra coisa?” Não passa nada! Passa um paninho levemente úmido. Cada superfície requer um cuidado diferente e não cabe a nós saber como limpar cada uma. Só um paninho úmido já é o suficiente.

Se for um ambiente que está muito sujo, na hora em que a gente for conversar com o cliente para avaliar o espaço, a gente vai ver que está sujo. Aí a gente já vai orientar o cliente que é necessário uma limpeza prévia ou uma profissional de limpeza junto. Porque às vezes é um quartinho da bagunça que não dá pra tirar tudo e limpar antes de a gente entrar. Então, enquanto a gente vai tirando, vai limpando. E aí, talvez a gente tenha que levar uma faxineira ou a pessoa vai ter que trazer alguém para fazer o trabalho junto com a gente. Mas a gente não limpa nada, nem passa roupa.